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A produção de motocicletas fechou 2019 em alta. De acordo com dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, de janeiro a dezembro do ano passado foram fabricadas 1.107.758 unidades no Polo Industrial de Manaus – PIM, correspondendo a uma elevação de 6,8% ante as 1.036.788 unidades de 2018.

Para 2020, a Abraciclo projeta novo crescimento. O volume total estimado para a produção é de 1.175.000 motocicletas, o que representaria avanço de 6,1% em relação a 2019.

“Os motivos para esta expectativa de crescimento estão no aumento da confiança do consumidor, maior oferta de crédito, lançamento de novos produtos com tecnologias mais avançadas e evolução da demanda por veículos de duas rodas para mobilidade, por serem mais econômicos, flexíveis e ágeis”, afirma Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo.

Caso a estimativa se confirme, 2020 será o terceiro ano consecutivo em que o segmento ultrapassará a marca de 1 milhão de unidades produzidas, o que comprova o aquecimento contínuo de negócios no mercado de motocicletas. “É um resultado a se comemorar, mas também é importante lembrar que ainda assim estaremos bem distantes do nosso recorde de 2011, quando chegamos a 2,1 milhões de motocicletas produzidas no Brasil”, diz Fermanian.

No acumulado de 2019, as vendas no atacado, isto é, das fábricas para as concessionárias, somaram 1.084.639 de unidades, o que representou crescimento de 13,2% ante ao volume de 2018, de 957.764 motocicletas. Para 2020, a Abraciclo projeta para o atacado um novo crescimento de 5,7%, totalizando 1.147.000 unidades.

No varejo, o crescimento de 2019 foi de 14,6%, com o licenciamento de 1.077.234 motocicletas – em 2018 foram 940.108 unidades. Para 2020, a projeção da Abraciclo para as vendas no varejo indica alta de 5,8%, com o emplacamento de 1.140.000 motocicletas.

A média diária de vendas em 2019 também superou a de 2018. No ano passado foram emplacadas 4.292 unidades/dia em 251 dias úteis. Em 2018, o volume médio diário foi de 3.760 unidades, com 250 dias úteis.

O único segmento que registrou queda no balanço de 2019 foi o de exportação. No ano passado, a baixa foi de 43,3%, com 38.614 unidades embarcadas; em 2018 foram 68.073 unidades. Para 2020, a previsão é de nova queda, de 27,5%, com 28.000 unidades enviadas ao exterior.

Desempenho em dezembro

Na análise isolada do mês de dezembro saíram das linhas de montagem do PIM 69.062 unidades, alta de 1,8% na comparação com o mesmo mês de 2018 (67.812 unidades) e recuo de 25,8% em relação a novembro de 2019 (93.128 unidades).

As vendas no atacado somaram 71.672 unidades, aumento de 6,9% em relação a dezembro de 2018 (67.027 unidades). Na comparação com novembro de 2019 houve queda de 24% (94.358 unidades) no atacado.

Na avaliação do desempenho por categorias no atacado em dezembro, a Street foi a mais produzida com 33.406 unidades, o que representa quase metade de participação com 46,6%. Na sequência, vieram Trail (15.052 unidades e 21% de participação), Motoneta (9.452 unidades e 13,2%), Scooter (7.709 unidades e 10,8%) e Naked (2.095 unidades e 2,9%).

Na avaliação das vendas no varejo, de acordo com dados do Renavam, os licenciamentos em dezembro de 2019 totalizaram 94.086 unidades, alta de 11,9% em relação ao volume de dezembro de 2018 (84.063 unidades) e de 6,5% na comparação com novembro de 2019 (88.384 unidades).

Em dezembro foram contabilizados 19 dias úteis com média diária de vendas de 4.952 unidades, aumento de 17,8% em relação ao mesmo mês de 2018, que registrou 20 dias úteis e média diária de 4.203 unidades. Na comparação com novembro de 2019 (4.419 unidades), que teve 20 dias úteis, a alta chegou a 12,1%.

Na análise das exportações, em dezembro de 2019 o volume exportado foi de 3.054 motocicletas, alta de 1,4% na comparação com o mesmo mês de 2018 (3.011 unidades) e queda de 6,8% em relação ao volume de novembro de 2019 (3.276 unidades). Para a Argentina foram enviadas 1.572 unidades, o que representou 49% do total exportado. Para os Estados Unidos foram embarcadas 780 motocicletas (24,3%) e para a Colômbia, 600 unidades (18,7%).

Categorias no atacado em 2019

A categoria mais comercializada no atacado em 2019 foi a Street, com 536.544 unidades, que registrou quase metade de participação no total, 49,5%. Outra categoria que merece destaque é a off-road, que de 2018 para 2019 registrou um crescimento de 40,9% em seu volume de vendas no atacado, passando de 10.110 para 14.241 unidades. 

O principal destaque do ano, no entanto, ficou para a categoria Scooter, que registrou recorde histórico com o crescimento de 43,8% nas vendas no atacado. Em 2019, as fábricas repassaram para as concessionárias 96.577 unidades, em comparação com as 67.183 unidades de 2018. A categoria tem apresentado um crescimento contínuo nos últimos anos.

No varejo, apenas em dezembro de 2019 as vendas de Scooters totalizaram 8.008 unidades, correspondendo a um crescimento de 52,5% ante as 5.250 unidades registradas no mesmo período de 2018 e de 3,4% na comparação com o volume vendido em novembro de 2019 (7.745 unidades).

“Essa categoria de motocicletas tem se destacado muito. Por ser um veículo totalmente automático, de fácil manuseio, flexível e econômico, vários consumidores optam pela Scooter como a primeira motocicleta, enquanto muitos acabam utilizando-a como principal meio de mobilidade urbana”, comenta Fermanian.

As características básicas das motocicletas de cada categoria são estas:

Street – Motocicleta de baixa ou média cilindrada destinada ao uso urbano.

Trail – Motocicleta de baixa ou média cilindrada destinada ao uso misto, tanto em vias pavimentadas quanto em terreno não pavimentado.

Motoneta – motociclo underbone, destinado ao uso urbano, de baixa cilindrada e dotado de câmbio automático ou semiautomático.

Scooter – Motociclo de câmbio automático ou semiautomático, concebido para privilegiar o conforto.

Naked – Motocicleta sem carenagem, com motor propositalmente exposto e de alto desempenho, concebida para a utilização em terrenos pavimentados. Semelhante a uma motocicleta versão “Sport” sem a carenagem.

Big Trail – Motocicleta de média ou alta cilindrada destinada ao uso misto em terrenos pavimentados e não pavimentados.

Off-Road – Motocicleta de qualquer cilindrada destinada exclusivamente à utilização em pisos não pavimentados.

Custom – Motocicleta caracterizada por sua vocação para percursos de estrada, destacadamente os mais longos, chamadas de “estradeiras”, que não priorizam velocidade e, sim, conforto.

Sport – Motocicletas de cilindradas médias ou superiores com carenagem que privilegia a aerodinâmica e o alto desempenho.

Ciclomotor – Veículo de duas ou três rodas, provido de um motor de combustão interna, cuja cilindrada não exceda a 50 cm³.

Touring – Motocicletas usualmente de alta cilindrada concebidas para utilização em turismo e viagens de grandes distâncias.

Emplacamentos em 2019

Em 2019, foram emplacadas 1.077.234 motocicletas, de acordo com dados do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) analisados pela Abraciclo. Este volume correspondeu a um aumento de 14,6% ante as 940.108 unidades licenciadas em 2018.

Principais mercados externos em 2019

As exportações de motocicletas brasileiras em 2019, que totalizaram 38.614 unidades e, portanto, registraram queda de 43,3% em relação ao volume de 2018 (68.073 unidades), tiveram como principais destinos a Argentina, com 18.546 unidades e 47,2% de participação. Na sequência vieram Estados Unidos (7.582 unidades e 19,3%) e Colômbia (5.808 unidades e 14,8%), conforme dados do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat analisados pela Abraciclo.

De acordo com Marcos Fermanian, vale destacar o crescimento das exportações para o mercado americano. O executivo explica que no comparativo de 2018 com 2019 o crescimento da participação dos Estados Unidos como destino das exportações brasileiras foi de 10 pontos percentuais, com a predominância do envio de motocicletas off-road. “Em 2018 fechamos o ano com 9,1% de participação, com 6.042 unidades enviadas, e em 2019 totalizamos o embarque de 7.582 unidades, aumentando nossa participação para 19,3%”, analisa o executivo.